... horrores, atrocidades, memórias, paranóias, fatos, fotos, corpos, fofocas, bizarrices, novelas, contos, crônicas, traumas de infância, insuportabilidade acumulada & retroativa e homicídio psicótico & grupal em potencial cruzado!!!

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Mentiras... mentirinhas... enfim...

Todo mundo já contou uma mentira. Aproveitando a moda da mão gigante: levante a mão quem nunca contou!

Mentiras são sempre bem-vindas em determinadas ocasiões, ridículas quando não têm razões e um tiro pela culatra quando subestimada ou que subestimem a inteligência alheia.

Quando criança eu era um mentiroso de língua cheia, um verdadeiro linguarudo nato. Não apenas mentiroso como um grande inventor de histórias. Estava chegando a um ponto de estar pendurado em um precipício gritando socorro e ninguém acudir por achar que eu estava inventando mais uma graça.

Eu só fui parar de mentir e inventar histórias quando meus pais passaram a não acreditar mais nas coisas que eu dizia. Na escola sempre fui muito injustiçado e isso não é mentira. Por isso, toda vez que precisava me justificar, ninguém acreditava e eu sentava no copinho duas vezes, uma por ter entrado de gaiato nas histórias dos outros e outra por não ter sido levado a sério. A partir de então, nunca mais menti sobre nada e cresci o resto que eu precisava crescer acreditando que ser correto com todos e falar a verdade sempre seria um diferencial que me diferenciasse das diferenças deste mundo tão diferente.

Mesmo depois desse esforço absurdo em aprender a ser correto, ainda carrego seqüelas dessa época como os beliscões, os puxões de orelha ou os puxões das minhas costeletas que minha mãe costumava dar (porque, dizia ela, puxar as costeletas dóem mais do que o cabelo). Meus pais ainda pouco acreditam no que eu falo, o mesmo eu digo sobre outras pessoas que me conhecem. O mais engraçado é que as pessoas acreditam nas mentiras dos outros mas não acreditam nas verdades que eu falo, isso é bastante interessante.

Mas uma mentirinha vez ou outra é indispensável, principalmente quando necessitamos dela para manter o nosso couro no corpo ou quando não queremos ver os olhos de alguém se marejarem em lágrimas como um gato abandonado.

Eu raramente preciso contar uma mentirinha pra manter minha pele viva, mas constantemente evito ser o exú no meio de tantas perguntas que imploram por um tapa na cara. Mas, convenhamos, se analisarmos profundamente, as pessoas imploram por mentiras, seja sua amiga em querer saber se ela está bonita usando blusa de bolinhas e calça xadrez, seja pela sua namorada que insiste em saber se você a ama, seja por seu chefe em querer saber se foi sensato em mandar embora um subalterno por ter discordado de uma idéia bem idiota.

Pois, então... viva Pinóquio!

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