... horrores, atrocidades, memórias, paranóias, fatos, fotos, corpos, fofocas, bizarrices, novelas, contos, crônicas, traumas de infância, insuportabilidade acumulada & retroativa e homicídio psicótico & grupal em potencial cruzado!!!

sábado, janeiro 20, 2007

Meu cabelo duro é assim!

Bom, para quem está lendo esse blog agora, com certeza ainda não sabe do perrengue que sempre passo nas mãos de cabeleireiros ardentes pela vontade de destruição.

Eu vago, sabe, vago entre um cabeleireiro e outro até no dia em que eu encontrar a minha tesoura gêmea, mas assim como o amor, é difícil. Um dia encontrarei!

Enfim, hoje resolvi ter um "dia de madame" resolvendo ir no cabeleireiro mais freqüentado e caro da cidade pra ver se ele tinha alguma solução para o meu problema pois cansei de ser deselegante.

Eu tenho que admitir que cabeleireiros de verdade me adoram (para não dizer que me amam), porque eu sempre apareço em uma situação tão lamentável e dou uma liberdade tão grande para eles fazerem o que eles quiserem (porque sou amplamente aberto a experiências) que eu acabo me transformando em um oásis no meio de um deserto de madames frescas. Mas, pela minha experiência, descobri que é exatamente esse o problema. Os cabeleireiros se empolgam tanto com a idéia de poderem fazer o que quiserem com aquela cabeleira toda que eles se atropelam nos próprios dedos e o resultado é sempre aquém da capacidade deles. Tudo bem, eu não os culpo.

Lamentável do jeito que eu estava, ainda haviam pessoas capazes de tecer o comentário: Nossa, mas você realmente não aparenta ter a idade que tem! Eu daria muito menos pra você.

E hoje, depois que todo aquele peso se foi, o cabeleireiro disse: Nossa, você rejuveneceu uns 10 anos agora.

Ou seja: muito menos do que aparenta ter + (-)10 anos = MUITO MENOS DO QUE APARENTA TER².

Então Peter Pan que me desculpe... saibam que agora tenho 8 anos de idade e estou enchendo a cara de refrigerante porque o atendente da conveniência ao lado se negou a me vender cervejas por não estar com minha identidade em mãos.

Que incrível essa modernidade.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

"Ele é complicado!"

É engraçado quando ouço alguém se referindo assim de mim, como se eu fosse o problema e a pessoa a solução.

Eu conto nos dedos as pessoas que chegaram a me confessar terem tomado atitudes erradas em determinadas situações do passado e eu confesso que eu admiro (e muito) pessoas que admitem seus erros justamente pelo fato disso não ser algo comum. Admitir um erro, para mim, é um pedido implícito de perdão que deve ser aceito, salvo situações extremas.

Mas estou chegando à conclusão que quando isolamos alguém de nossa vida, isso não é à toa, e essa mania de vivermos perdoando os erros dos outros só nos levam pro inferno.

Sou uma pessoa bastante descomplicada, consigo levar determinadas situações sem problemas e sei pesar bastante os prós e contras antes de tomar uma atitude drástica. Não costumo dar ouvidos para comentários alheios e pouco ligo para o que os outros pensam, vivo minha vida como ela deve ser vivida, independente dos resultados. Faço o que deve ser feito sempre, deixo de fazer as coisas que devem ser deixadas para trás, evito o que deve ser evitado para bens maiores e não gosto de tomar atitudes que prejudiquem outras pessoas além de mim. Isso tudo parece complicado, mas é um verdadeiro manual da descomplicação.

Embora fofoque (porque fofocar faz parte da vida em sociedade), não gosto de fofocas que, no fim do telefone sem fio, se transformam em "Histórias Que Os Outros Fizeram de Mim" e para evitar complicações, costumo ser o fim de uma história, justamente para não ter continuações.

Eu não sou uma pessoa perfeita, sou cheio de defeitos, muitos defeitos, mas tenho duas qualidades que se sobrepõem bastante sobre qualquer defeito que eu possa ter:, meu bom senso e minha integridade comigo e com os outros. A impressão que tenho é que nesses últimos meses eu descobri que apenas eu tenho essa bagagem.

Essa mania das pessoas de justificarem seus erros nos outros é um fato que não consigo entender. Por que é tão difícil para as pessoas admitirem erros, pedirem desculpas? Por que essa mania em achar que nós somos complicados, quando, na realidade, os complicados são os outros?

Pessoas falam mal uma das outras, pessoas criticam umas as outras, e no fim, todos estão na mesma mesa do bar dividindo a mesma bebida.

Isso eu não faço, sinto muito.

terça-feira, janeiro 16, 2007

Que bagunça...

Me diga, quais são seus planos para 2007?

É, pode parecer um pouco tarde para se fazer essa pergunta, já que, por lei, costumamos fazê-la antes do ano começar, e não depois que ele já começou. Tudo bem, eu sei que depende, mas nos meus 25 anos de vida (tirando alguns primeiros os quais é difícil lembrar) sempre ouço essa pergunta antes do ano virar.

No ano passado eu tinha vários planos para esse ano, complexo, não? Já que normalmente também são coisas que não costumamos fazer em um ano corrente, muito menos quando ele está longe de chegar ao fim. Mas eu sou assim, sou uma pessoa que costumo pensar bem a frente de meu tempo, uma pessoa um tanto quanto, digamos, avançadinha.

Para 2007 eu planejava dar continuidade a muita coisa que havia começado em 2006, ou havia dado alguma continuidade em 2006 e que provavelmente continuaria dando a maldita continuidade em 2007. Por forças maiores do destino, muita coisa em 2007 mudou, e para pior. Aliás, o pejorativo faz parte constante do meu vocabulário pela simples razão de eu ser uma pessoa bastante descrente sobre as forças que regem, não digo descrente, mas realista, já que a realidade e a descrença sejam duas coisas que andam bastante coladinhas para o meu gosto. A crença, em meu ponto de vista, é o oposto da realidade e a realidade, uma fiel parceira da descrença, e com a falta de uma e o excesso da outra criamos uma massa incrédula e amarga, profundo isso.

Sempre tem aquele Joãozinho que vai contestar e dizer que o oposto da realidade não é a descrença e, sim, aquilo que não é real. Ok, querido, então siga meu raciocínio passo a passo, começando pelo final de 2006, dezembro, para deixá-lo mais situado da situação: meu aniversário é um fato, mas ele não existe, comemorar aniversários é uma cultura, logo, não deixa de ser uma crença; Papai Noel também é um fato e, embora seja escrito com letras maiúsculas, ele não existe, pois é uma crença; os duendes do Papai Noel que o ajuda a embrulhar e a separar os lindos pesentinhos, não são fatos e, embora por enquanto apenas algumas pessoas afirmem xuxamente terem visto alguns, eu, até o presente momento, afirmo que eles não existem; reveillon, é outro fato cultural, e não existe. Não existe porque não existe, oras! Você não pega meu aniversário nas mãos, você não aperta as crendices bochechas gordas do Papai Noel, você não diz que viu duendes (salvo raras excessões) e você não abraça o reveillon e diz FELIZ ANO NOVO. Como a única regra real é a de que toda regra existe excessão, obviamente que ela não iria falhar neste momento, existindo crenças que são reais, como o Chacrinha, Xuxa, Gretchen e minha amiga Naiana.

Agora que consegui me fazer ser entendido, posso continuar com minhas divagações, pois é absurdamente deselegante deixar as pessoas às moscas ao não concluir uma idéia.

Eu sou uma pessoa que tenho um sério problema com continuidades. Eu perco facilmente a paciência quando me sinto saturado e não me importo em desistir do que faço ou me acontece para começar algo diferente e que valha a pena. Insistir em erros pra mim é uma bobagem, uma tolice que não faz sentido. Talvez essa seja uma das razões de eu adorar escrever coisas pequenas e diferentes para poucas pessoas, pois não tenho paciência em ficar horas escrevendo coisas que, no final das contas, resultem em uma única história.

2006 pra mim foi o ano da minha vida, pois ele foi bastante interrompido, exatamente como eu sou. Analisando isso eu entendo como achei um ano chato, pois desistir das coisas nesse ano estava virando rotina e eu não estava nenhum pouco a fim de desistir de desistir, isso acabaria com minha razão de viver. Por isso resolvi pensar diferente, não vi a desistência como ela é, mas sim como um recomeço, pois nós nada mais fazemos do que recomeçar quando desistimos.

Recomeçando descobri que as coisas podem sempre ser recomeçadas de formas diferentes e isso começou a torturar minha psique, já que o prazer pelo recomeço me deixava afoito pelo fim, para ver o fim eu tinha que terminar e para terminar eu não podia desistir. Foi então que descobri que, entre o recomeço e o fim, eu tenho uma barriga a qual podia usar e foi com ela que empurrei as coisas, já que com as mãos eu não podia pois estavam atadas pela complicação em que me meti.

Nisso deixei a vida correr como deveria, no seu natural curso. Deixei as ondas me levarem. Tropecei, escorreguei, bati o nariz, torci meu pé, adquiri uma tendinite horrível nos meus extensores do hálux do pé, mas em momento algum eu caí ou me deixei ser derrubado. Este sim, é o único fim que não pretendo ter tão cedo em minha vida, a qual é a única coisa de que não desisto, pois se um dia for para eu cair, que já seja para ser enterrado, esta é uma crença real. Até eu tenho minhas excessões e são com elas que decidi viver em 2007.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Até onde vai a cultura do corpo do século XXI?

A cultura do corpo (ou "a cultura do corpo perfeito" para os exigentes) é ironicamente discutida pela mídia, pelo menos, uma vez a cada um dos 12 meses de cada ano desde, principalmente, mil novecentos e perdi as contas. Portanto, espero estar sendo, no mínimo, o primeiro deste mês. Eu acredito bastante na teoria de que as pessoas que costantemente divagam sobre essa crescente diferença social sejam infelizes em algum sentido ou tenham sofrido profundos traumas na infância, e isso faz sentido, pois só sobram a nós, pessoas (bastante) comuns, a pensar nisso. Essa diferença social entre 'pessoas perfeitas' e 'pessoas comuns' é real, e piora com o passar dos dias. Não que eu fuja desse tema, pois eu também busco padrões justamente para algum dia poder encontrar o meu padrão.

A individualidade, resultado das 40 horas de trabalho semanais e o crescente aumento do medo urbano (apenas como citações para um entendimento mais didático), é outra conseqüência da vida moderna que, aliada às culturas de massa, fez explodir no século XXI uma bomba capaz de turbinar peitorais e glúteos pelo mundo a fora.

Na linha histórica, o corpo e sua cultura particular sempre existiu, seja no período clássico, neoclássico, renascentista, barroco, enfim, hoje. A busca pela determinada "'perfeição" daquele seu específico tempo não somente fez parte do passado como vai fazer parte de todo um futuro e isso é bastante profundo. Essa busca por um padrão se agravou com o surgimento de mídias para a massa como a imprensa, o cinema, televisão e internet. Os padrões, como já dito, foram e são modificados todo o tempo e com a mídia de massa a mudança foi cada vez mais brusca, brusca ao ponto de sempre existir um grupo que podia (e pode) ser facilmente excluído pelo simples fato de não conseguir acompanhar a dinâmica dessas mudanças físicas, seja social, psicológica ou até mesmo biologicamente. A mídia é constantemente reciclada para cada vez atingir um público a mais, além de tender a segurar o seu já fiel público. Essa constante reciclagem é responsável por todos os agravantes da cultura do físico na modernidade.

Rio de Janeiro: é muito comum (para não dizer constante) seu amigo ou sua amiga dizer que não existe excessão quando você comenta ter conhecido uma pessoa gostosa e maravilhosa que seja desta cidade, e que se não for maravilhosa, no mínimo é gostosa. Oras, basta andar por suas belas praias por 10 minutos para se concluir isso. É emanamente impossível encontrar uma 'pessoa comum' em um grupo de corpos esculturais. Essas castas são muito semelhantes aos infantes dos colégios, onde as sempre-existentes crianças que não se encaixam em perfil algum acabam se isolando dos demais ou simplesmente criando uma nova casta entre sí. Eu digo isso porque já fiz parte dos 'feios e estranhos demais' e de uma casta a qual pude me enquadrar, e também já vi que o mesmo ocorre entre aqueles que, no fundo, sempre almejamos ser.

São Paulo: no filme Crash - No Limite (2006) um dos personagens deixa claro que, em cidades como essa, o contato entre as pessoas é tão pequeno que elas precisam se chocar umas com as outras para poderem lembrar o que é isso. Ou seja, nesta situação, quanto maior e mais gostoso você for nessa cidade, mais fácil é de você se chocar com alguém em uma balada. Se não nos comunicamos, nos chocamos. Se somos igualmente fortes o bastante, tudo se iguala, continuamos em pé e provavelmente acompanhados, se somos fracos o suficiente, praticamente já somos espirrados para a porta de saída.

A questão da individualidade é um fator importante nesse assunto e merece esse parágrafo apenas para ela. O medo em se relacionar com outras pessoas que se instalou na sociedade atual é tão grande e chegou a um nível tão extremo que as pessoas se esqueceram para que serve o diálogo, e a comunicação apenas vai existir em situações extremas. Ficamos sempre naquele impasse da vida moderna de nunca puxar o assunto com desconhecidos caso o desconhecido não puxe o assunto primeiro, e como stress e mau humor é o que não falta nos dias atuais, temos medo de dar bom dia a alguém e receber um cascudo de presente. Eu digo isso porque odeio dar bons dias, só não dei cascudo para ninguém até hoje porque, sem dúvida, isso é muito deselegante. Uma vez, sonhando, eu disse (sim, eu converso comigo em meus sonhos): se uma conversa não acontecer entre duas pessoas em 10 minutos é porque não existe comunicação! Eu disse isso sonhando pois, em meu subconsciente, carrego a teoria de que 10 minutos é o tempo suficiente para poder se interagir com sucesso ou não com uma pessoa, mas na prática o eu de meu sonho estava enganado em duas coisas: não é necessário 10 minutos para não haver comunicação e não é necessário uma conversa para haver comunicação.

É aí que o corpo entra. Tudo é baseado nos 5 sentidos principais: a visão, a fala, a audição, o tato e o olfato. O corpo é o primeiro contato visual que temos com uma pessoa. Pela expressão corporal muitas vezes conseguimos traçar um pré-conceito da personalidade do indivíduo, além do que, sabemos também que a visão é o primeiro sentido do ser humano a selecionar o seu parceiro e a fala é a primeira das demais 4 etapas para um determinante, seja apenas para uma amizade, um romance, ou para um nada, mas na prática, hoje em dia, é a menos utilizada. A individualidade e o medo do próximo faz pularmos etapas como a comunicação e é aí onde buscamos a perfeição do corpo, não apenas para satisfazer de imediato a visão do próximo que está adequada à cultura massificada que o rodeia, mas também para o confronto entre os corpos, pois se não nos comunicamos, diretamente nos chocamos. Quanto mais chegamos próximo ao padrão, mais fácil fica de uma padrão chegar a nós e quando isso ocorre a comunicação é deficiente porque ela não importa mais, pois primeiro é o visual e excluindo-se a fala encontramos o impacto.

É essa abstração da realidade que gera o senso entre as 'pessoas comuns' de que as 'pessoas perfeitas' se não frescas, são ignorantes, afinal, a linguagem corporal já basta para a maioria delas e se você não fala essa língua, então você não entende o que elas dizem. Óbviamente que para toda regra existe excessão, essa é a única regra que não existe excessão.

Seja um Zeus ou uma Vênus, uma Raimunda ou um Camarão, estão todos no mesmo bonde da glória máxima do corpão. Uma cabeça não importa mais, a não ser que seja colírio para os olhos.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Pessoas perfeitas...

Fato: as pessoas perfeitas só não são perfeitas prq não estão com a gente.