... horrores, atrocidades, memórias, paranóias, fatos, fotos, corpos, fofocas, bizarrices, novelas, contos, crônicas, traumas de infância, insuportabilidade acumulada & retroativa e homicídio psicótico & grupal em potencial cruzado!!!

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Poucas palavras.

Eu sou um homem de poucas palavras... pra dizer a verdade, muitas poucas palavras.

Até hoje não sei se isso é um defeito, um grande defeito, uma certa virtude ou um estado patológico. Eu sei que, por causa disso, para os meus amigos eu sou uma pessoa aguada e de pouca importância, para meus relacionamentos eu sou uma pessoa desinteressante, para meus pais eu sou um ermitão e para meus colegas de sala sou um estranho que sempre senta no fundo.

Eu falo pouco por diversas razões (e aqui entram os dois pontos novamente):

1º) Não tenho aquela habilidade que as pessoas articuladas têm de falar, falar e falar...
2º) Sou muito pouco expressivo porque não é de tudo que eu acho engraçado e raramente as coisas me surpreendem ou me espantam. Adoro piada infame, mas não suporto piada sem graça (principalmente quando vem de pessoas sem graça, como eu, por exemplo). Adoro suspense, mas não suporto enrolação. Muitas vezes minhas expressões surgem por obrigação, para ninguém também achar que sou o cúmulo da apatia e da falta de atenção.
3º) Por mais que eu me atualize, quase nunca lembro de assunto interessante e sempre acabo voltando nos mesmos assuntos de sempre: cinema, música, TV, seriados, faculdade, inutilidades ou coisas-que-ninguém-precisa-saber em geral, enfim, coisas que não exijam muito da minha capacidade psicomotora.
4º) Eu prefiro ouvir do que falar, pra dizer a verdade, tenho preguiça de falar porque eu sei que pouca gente vai ouvir, dar atenção ou me entender da maneira que eu gostaria.
5º) Embora pouca gente ou ninguém saiba, eu sou dislexo, o que dificulta muito a verbalização de uma linha de raciocínio que eu possa estar tendo, por isso que prefiro a escrita.
6º) Perco o foco do assunto muito fácil até mesmo com um peido. É comum e freqüente eu esquecer o que eu ia falar exatamente no momento que... nossa, do que estou falando mesmo?
7º) Tenho em mente que discussões sempre vão a lugar algum, até porque só conheço gente que ou concorda com tudo porque é mais fácil ter uma personalidade limitada, ou que são inflexíveis mesmo quando estão erradas, ou que não discutem nada simplesmente porque acham mais fácil assim.
8º) Sou às vezes difícil de ser compreendido porque nunca acho as palavras certas para serem usadas nas horas certas.

Mesmo assim tenho minhas virtudes nisso. Sei guardar um segredo quando ele deve ser guardado e gosto de omitir determinadas coisas que eu fique sabendo em primeira mão por educação ou justamente para a novidade não perder a graça na hora que ela for se tornar pública. Odeio leva-e-trás e telefones-sem-fio, muito embora faça bastante isso mais por obrigação à retaliação do que por pura e espontânea vontade.

Analisando bem esta situação precária, chego finalmente à conclusão de que, realmente, não vale muito a pena falar nos dias de hoje.

Respostas evasivas, obrigado por existirem e fazerem parte constante da minha vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ai que inveja de vc...eu sou o oposto..falo pelos cotovelos e me embanano toda,queria ser calma,falar baixo,falar pouco,ma snão consigo..falo alto de mais e sou totalmente comunicativa..uams pessoas amam esse meu jeito espontãneo de ser e outras detestam..então fazer o que???Então eu penso como vc "que não avle a pena falar nos dias de hoje.."mas não consigo ficar calada..terapia urgente pra mim????