... horrores, atrocidades, memórias, paranóias, fatos, fotos, corpos, fofocas, bizarrices, novelas, contos, crônicas, traumas de infância, insuportabilidade acumulada & retroativa e homicídio psicótico & grupal em potencial cruzado!!!

domingo, agosto 12, 2007

Amigos vencidos.

Tudo bem q estou meio bêbado e fico muito sentimental nessas horas ao ponto de uma pétala de rosas que cair me fazer chorar, mas ao mesmo tempo é nessas horas que as coisas fluem como devem. Dizem que depois de beber q a verdadeira face é posta a tapa, pois bem, a minhas está sempre a prova.

Não é de hoje que reclamo das amizades que faço, que fiz, que mantenho, ou que perdi. É algo tão crônico em minha vida que nem mesmo meus próprios amigos (ou o que restam deles) aguentam mais meus diálogos infinitos sobre isso. Mas depois de tudo, parece que quanto mais falo, menos as pessoas ouvem e mais as coisas acontecem.

É engraçado quando faço uma restrospectiva na minha medíocre vida. Há 10 anos atrás eu tinha um amigo, um apenas. Aquele amigo que cresceu comigo, o qual dividíamos absolutamente tudo. A partir de uma determinada época da minha vida descobri que uma vida não se deve nunca girar em torno de apenas uma pessoa além de sua família, a partir deste conceito passei a me interagir melhor com o mundo na ilusão de querer que isso mudasse. Em um ponto consegui. Há pouco mais ou menos de 4 anos atrás era impossível poder contar quantas amizades eu já tinha e era impossível imaginar como eu conseguia dar atenção e conta de todos em, às vezes, um único dia em um único final de semana. Pra facilitar tudo adorava juntar todos de uma vez só, assim não tinha que maracar algum programa com um em um horário, outro programa com outro em outro horário e no final das contas não conseguir cumprir nada e com ninguém. As contas telefônicas eram absurdas, créditos no celular não sobravam e bateria... ish... tinha que ser recarregada a cada, no máximo, dois dias. Brigava com meu pai homéricamente por causa das contas telefôncias, do combustível, da grana extra além da mesada, mas valia a pena. Tudo valia a pena pelos meus amigos. Eu tinha amigos em todo lugar possível e imaginável, para qualquer lugar q eu aparecesse, algum telefone eu podia ligar e no final do dia ia ser apenas festa.

Festa, festa, festa... é, talvez fosse apenas isso.

Hoje em dia as coisas estão completamente diferentes e me encontro praticamente na mesma situação de 10 anos atrás, mas com algumas diferenças. Hoje em dia vejo que os amigos que ficaram estão aqui, nos dedos de uma única mão, enquanto os demais se foram como lágrimas na chuva (sim, filosofia Blade Runner). Onde estão todos eles? Boa pergunta. E como toda boa pergunta exige boa resposta e boas respostas não brotam como água, aqui estou eu sem as devidas explicações.

Hoje em dia me encontro em uma situação ao cúmulo de praticamente não reconhecer que eram essas pessoas e isso me entristece. Quanto mais analiso mais me encontro em um corredor de interesses, aquele onde as pessoas apenas o empurram pra fila andar e não para te tirarem dele, enquanto eu empurrava todo mundo pra ajudar todo mundo a sair e não simplesmente pra eu poder sair mais rápido.

Tudo parece ter ficado muito mais nu e cru, as pessoas não têm mais vergonha de esconderem seus jogos e interesses, você é simplesmente mais um peãzinho kamikaze do tabuleiro. Não importa mais se foi com vc q eu cresci prq vc ñ me serve mais. Não importa mais se passamos por muitas coisas juntos prq o que passou passou. Não importa mais se cultivamos anos de amizade prq agora chegamos a lugar algum e vc não me interessa mais. Não importa mais se vc precisa ficar aqui prq no meu apartamento cabe um sofá, mas não cabe mais você.

Eu juro que me transformo em uma pessoa mais seca a cada dia que passa por, querendo ou não, agir em resposta a tudo isso. Tudo isso ultrapassou o entendimento, ultrapassou querer entender prq a minha consideração pelos outros não é a mesma dos outros por mim. O que acontece com o ser humano para agir dessa forma? É uma reação em cadeia tão grande, um efeito dominó tão impossível de se impedir q hoje em dia me encontro tendo as mesmas atitudes delinqüentes de todos esses "amigos" que chegaram a cruzar meu espaço e absorver o meu tempo. E prq isso? Talvez prq eu tenha chegado à conclusão que seja cansativo cultivar alguma coisa que eu sei que durará por um futuro muito breve.

São relacionamentos. O homem ainda não aprendeu a se relacionar, a ouvir e a falar. Triste dos homens. Fim da linha, fim da humanidade desde quando ela surgiu.

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