... horrores, atrocidades, memórias, paranóias, fatos, fotos, corpos, fofocas, bizarrices, novelas, contos, crônicas, traumas de infância, insuportabilidade acumulada & retroativa e homicídio psicótico & grupal em potencial cruzado!!!

terça-feira, março 13, 2007

Eu quero ser...

... BURRO!!! QUERO SER BURRO, BURRO E BURRO! MUITO BURRO!
QUERO SER BURRO E TRABALHAR DE CAIXA DE SUPERMERCADO AQUI NO INTERIOR E ACHAR QUE VIVER ASSIM É A COISA MAIS FELIZ DO MUNDO!
JESUS!

terça-feira, março 06, 2007

O português é lindo!

Hoje descobri que ARRISQUECE vem do verbo ARRISCAR... e nós sempre ARRISQUECEMOS este detalhe!!!

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

20 motivos para NÃO namorar alguém mais jovem!

O site TERRA publicou nessa semana uma matéria dando 20 razões para namorar uma pessoa mais jovem e, conseqüentemente, inexperiente. Sabemos que existem muitas pessoas mais jovens e bastante experientes, mas, japonesa, abra seu olho! Estamos falando dos inexperientes aqui, da mesma forma que a matéria também indiretamente se refere. Embora ela tenha sido publicada na seção Mulher, pode ser muito bem adaptada para ambos os sexos. Pela minha própria experiência de vida eu respondo a esta publicação com 20 razões para NÃO namorar alguém mais jovem.

01) O sexo será nota 10
Professor pra mim vive na escola e não existe nada melhor que a experiência. Realmente é um saco você sair com alguém mais novo e inexperiente, o que ocorre na maioria dos casos.

02) Ilusões intactas
Vivamos a realidade. Uma pessoa mais jovem e inexperiente em um relacionamento costuma ser ingênua e acreditar em tolices enquanto a vida fora de sua cabeça começa a mostrar o contrário do que sua ingenuidade acreditava, aí as decepções vão começam a aparecer uma atrás da outra e o resultado vai ser muito pior do que aquela pessoa de 30 anos e desquitada que você havia conhecido 2 meses antes.

03) Sem responsabilidades econômicas
Uma pessoa mais jovem pode, sim, não ter dinheiro para pagar as suas próprias contas e estar com você por puro interesse.

04) Vida social e energia para divertir-se
Existe muita gente aí com essa disposição e sem a necessidade de ser tão jovem, veja Dercy Gonçalves! Aliás, não existe nada melhor que você encontrar alguém que se encaixe no seu ritmo de vida e não uma pessoa que tenha um ritmo de vida ao qual você tenha que se adaptar.

05) Terá mais vontade de cuidar-se
E desde quando você precisa de uma pessoa mais jovem na sua vida pra ter essa disposição. Acorde! Vivemos no século XXI, o verbo "malhar" é um dos quesitos básicos necessários na hora de conhecer alguém. Faz bem pra saúde, faz bem pro ego e abre portas pra você conhecer pessoas muito legais na academia e com idades mais próximas a sua.

06) Novas amizades
Não existe nada mais chato do que se sentir o tio na roda da moçada e ser obrigado a ouvir aquelas piadinhas sem-graça dos amigos de seu amor. Pior que isso é se transformar no sem-graça quando dão a deixa para você soltar aquela tirada que apenas os seus amigos com idades próximas e experiências equivalentes às suas entenderiam.

07) Estará por dentro de tudo
Você vive no mundo da Lua? Hoje em dia a informação é tão fácil. Revista, jornal, TV, internet. E tudo isso você consegue por menos de R$5,00 por semana e até mesmo gratuitamente se você for uma pessoa bastante esperta. Não é necessário uma pessoa mais jovem pra isso, até porque os jovens da atualidade costumam ser caretas e dificilmente ligam pras mesmas coisas modernas que você. Os jovens de hoje só curtem funk carioca, Green Day e outras bandas wannabe-punk.

08) Poderá ter seus próprios filhos
O que? Desde quando uma pessoa quer um filho aos 20 ou 25 anos de idade? 95% das pessoas que têm filhos nessa faixa etária tiveram simplesmente por acidente de percurso. Se inspire nos 48 anos de Madonna, o mundo está tão cheio de crianças por aí, adote uma e seja feliz.

09) Mais carinhoso e espontâneo
Acho que tudo tem limite. Existem pessoas que gostam de mimar e existem pessoas que gostam de ser mimadas e não existe nada melhor do que você encontrar uma pessoa que saiba dosar essas duas coisas, e uma pessoa mais jovem, nesse caso, não é a melhor opção.

10) Você será admirada pela experiência e conhecimentos
Eu já disse, professor vive na escola. Não existe nada melhor do que você ser admirado em um relacionamento por aquilo que você é e significou e não por ter sido um mentor na relação.

11) Ele se sentirá "iluminado"
Chega, né? Você não é troféu e luz de ninguém.

12) Ele não se importa com a idade
Sim, geralmente somos nós mesmos que nos preocupamos com a idade, e é por isso que estamos certos na maior parte do tempo, a experiência nos dignifica.

13) Poderá amadurecer a seu lado
Essa história de "não existe nada melhor que moldar a pessoa mais jovem" é pura balela. Cada pessoa tem seu tempo para aprender determinadas coisas, aprender com antecedência ou com atraso é frustrante e confuso sempre.

14) Você dá a estabilidade que ele precisa
Com certeza o fato de termos um direcionamento na vida faz uma pessoa mais jovem se sentir estável ao nosso lado, mas o problema é que a pessoa mais jovem geralmente sempre é a instável da situação.

15) Com você não passa aperto
Cada pessoa sabe onde seu calo aperta. Se uma pessoa é presa e sufocada em um relacionamento, é porque ela deixa que seja assim. A liberdade é necessária e deve ser conquistada em todo e qualquer tipo de relação.

16) Mais adaptáveis
Muito pelo contrário, as pessoas mais velhas e experientes não possuem manias e as manias são apenas atalhos para respostas mais fáceis, uma sacada que as pessoas mais jovens ainda não têm.

17) Colaboram mais em casa
Toda pessoa que é solteira e vive sozinha e conhece uma pessoa igualmente solteira e que vive sozinha, não precisa se preocupar com colaborações em casa. A vida moderna mostra a necessidade de cada um fazer a sua parte hoje em dia e jovem não é mais descolado por isso, pelo contrário, acostumados com domésticas em casa desde a infância, duvido que prefiram lavar seu copo do que simplesmente deixar em cima da pia.

18) Ficará encantado com sua segurança
A segurança de uma pessoa madura desperta a paixão dos mais jovens da mesma forma que os joguinhos dos mais jovens despertam a paixão entre eles mesmos. A segurança é algo que se conquista com o passar do tempo.

19) Sexo improvisado
Qualquer pessoa com os hormônios à flor da pele fazem sexo em qualquer lugar e de qualquer jeito.

20) Pode ser ele mesmo
Muito pelo contrário. O ego de uma pessoa mais jovem gosta de ser respeitado na frente de uma pessoa mais velha, fazendo-o representar papéis e até mesmo demonstrar uma pessoa que ele não seja.

OBS: Uma pessoa mais jovem só passa a ser interessante para um relacionamento se ela tiver basicamente o mesmo ritmo de vida que você, assim ela vai entender perfeitamente quais são suas necessidades e vontades. Encontrar um jovem legal não é utópico, mas não é tão ideal quanto aparenta.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Adoro quando o mundo me pega de calças curtas!

É tão bom quando reencontramos um amigo que, mesmo sendo alguém que você conhece há anos, você pouco tem contato e descobre, assim, de surpresa, que ele gosta e se empolga com algumas coisas que você não simplesmente gosta, mas adora e também se empolga como uma criança!

Pergunta: quem no mundo, em pura madrugada-de-quinta-feira-com-absolutamente-nada-pra-se-fazer, não só tem um Playstation 2 em casa como comprou o DVD e ainda te convida pra assistir Silent Hill sem lembrar que você adora video-game e sem nem sequer imaginar que você estava doente e alucinado pra ver esse filme?!

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Podridão!

O rato aparentemente morreu porque o quarto onde ele está preso está com um leve cheiro de podridão no ar.

Este cheiro de coisa podre me obriga a relembrar de determinadas coisas da minha vida.

Determinadas podreiras do passado ainda me perseguem, será que, assim como elas, vai ser difícil me livrar deste podre que vive dentro da minha própria casa?

Poucas palavras.

Eu sou um homem de poucas palavras... pra dizer a verdade, muitas poucas palavras.

Até hoje não sei se isso é um defeito, um grande defeito, uma certa virtude ou um estado patológico. Eu sei que, por causa disso, para os meus amigos eu sou uma pessoa aguada e de pouca importância, para meus relacionamentos eu sou uma pessoa desinteressante, para meus pais eu sou um ermitão e para meus colegas de sala sou um estranho que sempre senta no fundo.

Eu falo pouco por diversas razões (e aqui entram os dois pontos novamente):

1º) Não tenho aquela habilidade que as pessoas articuladas têm de falar, falar e falar...
2º) Sou muito pouco expressivo porque não é de tudo que eu acho engraçado e raramente as coisas me surpreendem ou me espantam. Adoro piada infame, mas não suporto piada sem graça (principalmente quando vem de pessoas sem graça, como eu, por exemplo). Adoro suspense, mas não suporto enrolação. Muitas vezes minhas expressões surgem por obrigação, para ninguém também achar que sou o cúmulo da apatia e da falta de atenção.
3º) Por mais que eu me atualize, quase nunca lembro de assunto interessante e sempre acabo voltando nos mesmos assuntos de sempre: cinema, música, TV, seriados, faculdade, inutilidades ou coisas-que-ninguém-precisa-saber em geral, enfim, coisas que não exijam muito da minha capacidade psicomotora.
4º) Eu prefiro ouvir do que falar, pra dizer a verdade, tenho preguiça de falar porque eu sei que pouca gente vai ouvir, dar atenção ou me entender da maneira que eu gostaria.
5º) Embora pouca gente ou ninguém saiba, eu sou dislexo, o que dificulta muito a verbalização de uma linha de raciocínio que eu possa estar tendo, por isso que prefiro a escrita.
6º) Perco o foco do assunto muito fácil até mesmo com um peido. É comum e freqüente eu esquecer o que eu ia falar exatamente no momento que... nossa, do que estou falando mesmo?
7º) Tenho em mente que discussões sempre vão a lugar algum, até porque só conheço gente que ou concorda com tudo porque é mais fácil ter uma personalidade limitada, ou que são inflexíveis mesmo quando estão erradas, ou que não discutem nada simplesmente porque acham mais fácil assim.
8º) Sou às vezes difícil de ser compreendido porque nunca acho as palavras certas para serem usadas nas horas certas.

Mesmo assim tenho minhas virtudes nisso. Sei guardar um segredo quando ele deve ser guardado e gosto de omitir determinadas coisas que eu fique sabendo em primeira mão por educação ou justamente para a novidade não perder a graça na hora que ela for se tornar pública. Odeio leva-e-trás e telefones-sem-fio, muito embora faça bastante isso mais por obrigação à retaliação do que por pura e espontânea vontade.

Analisando bem esta situação precária, chego finalmente à conclusão de que, realmente, não vale muito a pena falar nos dias de hoje.

Respostas evasivas, obrigado por existirem e fazerem parte constante da minha vida.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Ratos: eu tenho medo!

Lembram quando a Regina "Helena" Duarte fez as propagandas eleitorais contra o PT nas eleições de '98 ou '02? Ela aparecia em frente a câmera, fazia cara poodle espantado e dizia com aquela voz de vovó-50-anos-fumante: EU TENHO MEDO!

Pois, então, agora sou eu quem diz com cara de poodle espantado e voz de quem gritou a noite inteira: RATOS, EU TENHO MEDO!

Isso sempre acontece comigo. Eu odeio insetos, e todos os insetos vêm pra cima de mim. Eu odeio ratos, e todos os ratos que aparecem vêm direto pro meu quarto.

Há dois dias atrás um novo ratinho resolveu aparecer no meu quarto. Eu na realidade não tenho medo, eu tenho nojo, prq são ratos de bueiro, que vivem na merda, trazem doenças e insistem em me apavorar. O meu medo é da forma como eles aparecem: de repente! Eu odeio quando puxo um sofá pra ver se ele está por debaixo e, mesmo eu esperando que isso aconteça, eles passam correndo do lado do meu pé. Ou pior ainda, quando você ergue alguma coisa e só vê aquele rabinho nojento e pelado entrando pra debaixo de algum outro lugar.

No domingo foi exatamente assim. Primeiro tive a impressão que algo diferente estava próximo ao meu pé enquanto estava no computador, mas nem dei atenção. Logo em seguida ouvi um barulho, olhei para o lado e um rabinho entrou por trás da minha cômoda. Na dúvida entre um rabo e a antena de uma barata, peguei o inseticida e soltei por todo o lado e quando olhei para a porta, lá estava o rabinho, correndo para o cômodo ao lado. Tranquei ele lá dentro e lá ele está até então.

Não tenho coragem de entrar, até colei um aviso na porta escrito: Cuidado! Tem rato aqui dentro!!! com muita exclamação, exatamente assim, justamente pra eu me espantar todas as vezes que eu me esquecer e querer entrar pra usar o espelho tamanho família.

Mas alguma coisa eu tinha que fazer. Como que um homem barbado de 25 anos nas costas tem medo de um porcaria de um rato? Sem o sangue frio do meu pai por perto para matar esse rato por mim, hoje, plena terça-feira de carnaval, acordei decidido a exterminar esse rato.

Fechei todas as portas, peguei a vassoura, e fui, fui até a área e a pendurei na parede. Capaz que eu iria insistir na idéia de entrar e tentar matar o asqueroso animal com uma vassoura. Aquela vassoura já estava me pressionando psicológicamente. Toda vez que eu olhava pra ela, ela me dizia: Você tem um rato para matar! Você tem um rato para matar! Com o grito que eu dei na primeira vez que o vi, com certeza eu iria conseguir matá-lo. Voltei pra cama, mas como se não bastasse, junto a isso tinha o bicho arranhando a porta do outro lado.

Cansei!

Levantei de novo, peguei a chave do carro e fiz o caminho mais fácil para o supermercado, fui direto na seção de produtos químicos e vi lá, três opções de raticidas.

No verso do primeiro dizia: a morte ocorrerá em um período de 5 a 7 dias.
Pensei: não, muito tempo, quero que morra agora!

No verso do segundo, dizia: a morte ocorrerá em um período de 5 a 7 dias.
Pensei: não pode ser, quero que morra agora!

No verso do terceiro, dizia: deve-se fazer a inspeção após um período de 5 a 7 dias.
Pensei: óbviamente é pra saber se o maldito ainda vive! CARAMBA, QUERO QUE MORRA AGORA!

Todas as 3 opções vinham com 2 iscas, ou seja, pacotinhos com o veneno dentro. Todas também diziam em negrito para não abrir a isca, talvez para evitar contaminação toxica e também para instigar a natureza de destruição desses bichos pela última vez de suas infames vidas. Como eu queria que morresse agora, eu não iria dar trabalho para o pobre rato de forma alguma. Abri as iscas e deixei o delicioso prato ao lado da porta, bem presídio mesmo. Já havia 3 dias que ele estava preso naquele quarto, deveria estar morrendo de fome. Só não coloquei água também para não atrapalhar a concentração do veneno no estômago desse infeliz.

Daqui 5 ou 7 dias volto a dizer se o veneno Colosso, funcinou.

sábado, fevereiro 17, 2007

A pergunta é simples:

Quantas vezes você já perdoou alguém?

Eu pergunto isso pois sou uma pessoa que perdoa muito, que prefere relevar simplesmente por achar esse o caminho mais fácil sempre, por preferir fazer isso a dizer as verdades que sempre ensaio dizer, mas não digo porque na hora vejo que isso não faria a menor diferença, nem ao menos para desabafar, já que tenho outras alternativas para fazer isso, como escrever aqui, por exemplo.

Dar perdões realmente pode significar uma segunda chance, uma terceira, uma quarta... infinitas chances. Significa também dar aberturas para os mesmos erros voltarem a ser cometidos e até mesmo jogar em um precipício seus próprios ideais, seus princípios que podem não ser éticos, mas que fazem de você um ser humano que pensa e raciocina sobre as condições humanas.

Sou uma pessoa que muito perdôo, e sofro com isso, pois é isso que as pessoas sempre esperam de mim quando cometem algum erro e é isso que sempre ofereço às pessoas que cometem erros, por menos disposto que eu possa estar a respeito disso. Errar é humano, perdoar é divino. Errar duas vezes é burrice, perdoar duas vezes é ser cristão. Errar três vezes é ser inconseqüente, perdoar três vezes é masoquismo.

Shame on you if you fool me once, shame on me if you fool me twice. Ou seja, vergonhoso a você me enganar uma vez, vergonhoso a mim se me enganar duas. O perdão é bem isso, é vergonhoso para quem pede uma vez, vergonhoso pra quem aceita duas vezes.

Considerando que o mundo é uma vergonha, perdoar realmente ainda pode ser divino independente do quando o contador gire.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Se minha vida fosse um seriado...

... eu seria uma mistura de Ally McBeal e suas imaginações surreais com a concreta sensatez de Miranda de Sex And The City regado, óbviamente, pelas narrativas de Carrie Bradshaw. Eu seria azarado como Susan de Desperate Housewives, teria a vergonha que falta em Valerie Cherish e seu The Comeback, a dedicação e o ambiente de trabalho de ER somados ao triângulo amoroso de Grey's Anatomy com o humor negro de Scrubs. De Who Wants To Be A Superhero eu teria os donuts do poder de Fat Momma, as amizades e os amigos verdadeiros de Friends, teria uma vida conturbada como a de Liz Lemon em 30 Rock, a falta de perspectiva de Marin Frist em Men In Trees, o trabalho de Sidney Bristow em Alias e de Six Feet Under eu escolheria o fim.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Aniversário!

Sábado fui em um aniversário de uma velha amiga, dos tempos da minha segunda faculdade. Fiz questão de ir pois sabia que iria poder rever algumas pessoas que há muito não via e que foram extremamente importantes na minha vida, pessoas as quais sinto muito falta hoje em dia.

É engraçado como as coisas são e como as coisas costumam ficar confome o tempo passa. Ao mesmo tempo que sabemos quem somos e quem são as outras pessoas, sempre existe aquele tempo necessário para se relembrar e se acostumar com o jeito de cada um. Da mesma forma que mesmo notando que muitos tiveram mudanças consideráveis no decorrer desse tempo, aquelas marcas registradas nas atitudes, no jeito de ser e de falar, ainda continuam os mesmos. Mas o mais interessante de tudo é: não importa quanto tempo passe, a amizade e o companheirismo é o mesmo de como se fosse ontem.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Enquanto uns sabem demais...

Enquanto alguns sabem demais sobre o zodíaco, outros sabem de menos. E, coincidentemente, aproveitando o tema do meu post anterior, hoje de manhã na biblioteca da faculdade pude presenciar o seguinte diálogo:

-Ai, que signo você é?
-Sou aquele unicórnio, lá!
-Hmmm, que legal!!!

Simples assim!

Eu sou sagitariano e adoro saber que no zodíaco eu sou aquele garanhão que carrega o arco e flecha, mas acho absurdamente deselegante quando as pessoas pré-conceituam minha personalidade com um animal que nunca me fora apresentado, até mesmo quando elas acertam sobre algumas características que realmente existam entre eu e meu signo. Foi o que aconteceu neste final de semana quando diretamente me disseram e indiretamente me criticaram ao afirmarem que sagitarianos sempre acreditam estar certos.

Eu não acredito que estou sempre certo, mas acredito que estou errado na menor parte das vezes, e isso é consideravelmente muito diferente.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Desculpe, mensagem errada!

Eu sou especialista em enviar mensagem SMS erroneamente para as pessoas. É impressionante as calças-justas em que me enfio e nenhum momento mais apropriado para relembrar disso, ou revelar isso.

Várias vezes cheguei a enviar SMS não comprometedores para quem não tinha nada a ver com o assunto, assim como também já cheguei a enviar mensagens bastante comprometedoras para pessoas que não tinham nada a ver com o assunto, bem como já cheguei a enviar SMS absurdamente comprometedores para pessoas que não só tinham tudo a ver com o assunto como eram o assunto principal da mensagem mas que supostamente não deveriam saber disso.

Freud explica isso como "ato falho". O "ato falho" é um dos elementos que fazem parte do nosso sub-consciente sendo nesses momentos que ele se manifesta, nos fazendo tomar certas atitudes que gostaríamos de tomar, mas não tomamos seja pelo bom senso, pela vergonha ou pelo medo. "Foi sem querer" ou "foi mais forte que eu" são as desculpas que costumamos soltar após um ato falho, falhíssimo ou tão falho que desculpa alguma conserta. Quando o sub-consciente grita e o ato-falho se manifesta, ele não somente é capaz de deixar a pessoa surda como cega, burra, entorpecida pela inconseqüente atitude e incapaz de sumir, obrigando o delinqüente mental a sentir sua infame presença nesse mundo tão cruel.

Muitas vezes apertamos nossa boca ao dizer coisas que não queríamos dizer, mas no fundo sentimos o prazer do alívio de melhor ter acontecido isso do que nada. É contraditório, mas prazeroso quando nos momentos certos.

O "ato-falho" muitas vezes pode ser confundido com a "força do hábito", que é o que ocorre comigo no envio das mensagens SMS em 85% das vezes. Como em uma vez em que escrevi uma mensagem para um amigo mas acabei enviado justamente para a pessoa que menos deveria ter recebido essa mensagem justamente por, naquele tempo, ficar constantemente enviando mensagens para ela. Quando eu vi o celular catitamente me notificar "mensagem enviada para FULANO" imediatamente eu joguei o celular longe de desespero em não querer acreditar naquela imbecilidade que eu acabara de concluir. Eu fiquei sem base, fora de mim, sem chão... aliás, me joguei no chão, literalmente. Não parecia, simplesmente ERA uma tragédia grega. Sabe quando você é tomado por um desespero tal que você gostaria de morrer naquele momento para não saber das conseqüências que aquilo vai desencadear? Aquela euforia de sair correndo? Aquela necessidade de fazer algo mas não saber o quê? Aquela vontade de gritar o Hino Nacional mas se sentir incapaz por não lembrar se primeiro vem "Brasil, de um sonho intenso, um raio vívido" ou "Brasil, de amor eterno seja símbolo"? Aquela vontade de que o mundo parasse, voltasse, ou simplesmente acabasse? Enfim... aquela maldita sensação inexplicável de incapacidade, impotência!

No mesmo instante comecei a receber mensagens no MSN, o telefone em casa começou a tocar, o celular começou a tocar. Mensagens chegando, telefone tocando, celular tocando, o desespero batendo. Mensagem, telefone, celular, vou pra sala, volto pro quarto, telefone, celular, mensagem, tudo girando. Se eu atender vou ter q explicar, se e não atender vou estar assinando meu atestado de morte. Se eu atender o que vou dizer? Se eu não atender, o que eu vou explicar? O que fazer? O que ser? O que eu fiz?!

Eu me safei. Se a pessoa acreditou ou não no que eu contei, aí já não é uma história que cabe a mim contar, mas hoje, depois de anos, e na situação que me encontro por causa dela, acabo acreditando que aquela "força do hábito" foi o melhor "ato-falho" que eu poderia ter, porque a pessoa, com o tempo, nada mais demonstrou ser do que aquilo que eu havia previsto.

A verdade dói, mas nada dói mais do que o sofrimento a longo prazo.

domingo, fevereiro 04, 2007

Banheiro, banheiro, banheiro... - Parte I

-Preciso ir ao banheiro, quem vai comigo?

Loirinha levanta e junto vai a morena, sua amiga. Saem da mesa dando risadinhas contidas, desviando-se dos obstáculos do caminho: cadeira, mesas, pessoas, o gatinho que a loirinha paquera e o ex-namorado da morena que insiste em não tirar os olhos dela. Quando a porta do banheiro se fecha o mundo se transforma, é como se nada que existe do lado de fora existisse e o cocoricó começa. A loirinha entra na cabine e a morena dá com o nariz na porta da cabine ao lado que está ocupada, então entram as duas, uma segura a porta enquanto a outra ergue a saia e faz o seu xuá. É muito engraçado porque embora tenha 8 mulheres em um banheiro com apenas duas cabines, as conversas nunca se cruzam. Sim, 8 porque o número sempre tem que ser par. Uma mulher ímpar em um banheiro ou é solitária ou realmente está sobrando na parada e resolveu ir ao banheiro sem ser convidada. As conversas não se cruzam porque para elas isso é deselegante.

Loirinha levanta, abaixa a saia e troca de lugar com morena. A loira insiste em dizer que o cabelo não ficou legal e a morena, amiga, insiste em dizer que isso é coisa da cabeça dela. A loira acha que causou pro paquera na passarela da mesa para o "toilette" e a morena está em dúvidas, jurando que seu ex fez cara de "sinto sua falta". Loira ri, morena ri entristecida e as duas da cabine ao lado riem mais alto para, indiretamente, mostrarem que a piada delas foi tão ou mais engraçada.

Como se fosse mágica, as quatro saem das duas cabines para que as outras quatro da fila de espera possam entrar. Os pares praticamente nem trocam olhares entre si, até uma cutucar delicadamente o ombrinho da outra e dizer: nossa, não reconhece mais, não? E miss loira, fingindo de desentendida, faz cara de espanto e solta uma gargalhada de esquecida, avançando com um abraço bem falsinho no pescoço da outra, como a querer estrangular a coitada se pudesse.

Beijo, beijo. Loira e morena saem e param do lado de fora, onde está o espelho e a pia, atrás vêm as outras duas que estavam na cabine ao lado. Loira insiste no cabelo, morena arruma o brinco torto e as duas atrás procurando um lugar ao sol do mundo espelhado, uma arrumando o babadinho da blusinha nova de gola caída e a outra tirando o rímel borrado do cantinho do olho direito, esticando o pescoço, fazendo força pra enxergar. Logo atrás saem mais duas, uma fica enroscada na porta por falta de espaço e a outra entupida naquele banheirinho cheirando a calcinha amassada, desesperada pra sair e atacar de biscate na balada. Um empura-empurra descontrolado, uma massa de cabelos e peitos se amassando. Quem é a morena, quem é loira, quem é a oxigenada e quem é a tingida? Não se sabe mais. A que ficou pra trás finalmente consegue sair, se espremendo na parede, sendo obrigada a sentir o perfume barado da duplinha que alugou o resto do espelho que sobrava. A garotinha do seu lado, quase sendo jogada pro ralo da pia, corre pra retocar o batom que falta, não importa se ficar torto, depois a amiga dá uma olhada.

Amassa o cabelo aqui, puxa o cabelo ali, loira e morena voltam para a mesa. Que alívio, mais espaço pro espelho. Cansadas de fazer caras e bocas e sabendo que não tem muito conserto para a situação naquela altura do campeonato, das quatro que sobram saem mais duas. Seleção natural, as mais insistentes prevalecem. É a lei da sobrevivência.

Saem as duas últimas e mais seis resolvem entrar.

É o trânsito. É a vida do banheiro.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Mentiras... mentirinhas... enfim...

Todo mundo já contou uma mentira. Aproveitando a moda da mão gigante: levante a mão quem nunca contou!

Mentiras são sempre bem-vindas em determinadas ocasiões, ridículas quando não têm razões e um tiro pela culatra quando subestimada ou que subestimem a inteligência alheia.

Quando criança eu era um mentiroso de língua cheia, um verdadeiro linguarudo nato. Não apenas mentiroso como um grande inventor de histórias. Estava chegando a um ponto de estar pendurado em um precipício gritando socorro e ninguém acudir por achar que eu estava inventando mais uma graça.

Eu só fui parar de mentir e inventar histórias quando meus pais passaram a não acreditar mais nas coisas que eu dizia. Na escola sempre fui muito injustiçado e isso não é mentira. Por isso, toda vez que precisava me justificar, ninguém acreditava e eu sentava no copinho duas vezes, uma por ter entrado de gaiato nas histórias dos outros e outra por não ter sido levado a sério. A partir de então, nunca mais menti sobre nada e cresci o resto que eu precisava crescer acreditando que ser correto com todos e falar a verdade sempre seria um diferencial que me diferenciasse das diferenças deste mundo tão diferente.

Mesmo depois desse esforço absurdo em aprender a ser correto, ainda carrego seqüelas dessa época como os beliscões, os puxões de orelha ou os puxões das minhas costeletas que minha mãe costumava dar (porque, dizia ela, puxar as costeletas dóem mais do que o cabelo). Meus pais ainda pouco acreditam no que eu falo, o mesmo eu digo sobre outras pessoas que me conhecem. O mais engraçado é que as pessoas acreditam nas mentiras dos outros mas não acreditam nas verdades que eu falo, isso é bastante interessante.

Mas uma mentirinha vez ou outra é indispensável, principalmente quando necessitamos dela para manter o nosso couro no corpo ou quando não queremos ver os olhos de alguém se marejarem em lágrimas como um gato abandonado.

Eu raramente preciso contar uma mentirinha pra manter minha pele viva, mas constantemente evito ser o exú no meio de tantas perguntas que imploram por um tapa na cara. Mas, convenhamos, se analisarmos profundamente, as pessoas imploram por mentiras, seja sua amiga em querer saber se ela está bonita usando blusa de bolinhas e calça xadrez, seja pela sua namorada que insiste em saber se você a ama, seja por seu chefe em querer saber se foi sensato em mandar embora um subalterno por ter discordado de uma idéia bem idiota.

Pois, então... viva Pinóquio!

sábado, janeiro 20, 2007

Meu cabelo duro é assim!

Bom, para quem está lendo esse blog agora, com certeza ainda não sabe do perrengue que sempre passo nas mãos de cabeleireiros ardentes pela vontade de destruição.

Eu vago, sabe, vago entre um cabeleireiro e outro até no dia em que eu encontrar a minha tesoura gêmea, mas assim como o amor, é difícil. Um dia encontrarei!

Enfim, hoje resolvi ter um "dia de madame" resolvendo ir no cabeleireiro mais freqüentado e caro da cidade pra ver se ele tinha alguma solução para o meu problema pois cansei de ser deselegante.

Eu tenho que admitir que cabeleireiros de verdade me adoram (para não dizer que me amam), porque eu sempre apareço em uma situação tão lamentável e dou uma liberdade tão grande para eles fazerem o que eles quiserem (porque sou amplamente aberto a experiências) que eu acabo me transformando em um oásis no meio de um deserto de madames frescas. Mas, pela minha experiência, descobri que é exatamente esse o problema. Os cabeleireiros se empolgam tanto com a idéia de poderem fazer o que quiserem com aquela cabeleira toda que eles se atropelam nos próprios dedos e o resultado é sempre aquém da capacidade deles. Tudo bem, eu não os culpo.

Lamentável do jeito que eu estava, ainda haviam pessoas capazes de tecer o comentário: Nossa, mas você realmente não aparenta ter a idade que tem! Eu daria muito menos pra você.

E hoje, depois que todo aquele peso se foi, o cabeleireiro disse: Nossa, você rejuveneceu uns 10 anos agora.

Ou seja: muito menos do que aparenta ter + (-)10 anos = MUITO MENOS DO QUE APARENTA TER².

Então Peter Pan que me desculpe... saibam que agora tenho 8 anos de idade e estou enchendo a cara de refrigerante porque o atendente da conveniência ao lado se negou a me vender cervejas por não estar com minha identidade em mãos.

Que incrível essa modernidade.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

"Ele é complicado!"

É engraçado quando ouço alguém se referindo assim de mim, como se eu fosse o problema e a pessoa a solução.

Eu conto nos dedos as pessoas que chegaram a me confessar terem tomado atitudes erradas em determinadas situações do passado e eu confesso que eu admiro (e muito) pessoas que admitem seus erros justamente pelo fato disso não ser algo comum. Admitir um erro, para mim, é um pedido implícito de perdão que deve ser aceito, salvo situações extremas.

Mas estou chegando à conclusão que quando isolamos alguém de nossa vida, isso não é à toa, e essa mania de vivermos perdoando os erros dos outros só nos levam pro inferno.

Sou uma pessoa bastante descomplicada, consigo levar determinadas situações sem problemas e sei pesar bastante os prós e contras antes de tomar uma atitude drástica. Não costumo dar ouvidos para comentários alheios e pouco ligo para o que os outros pensam, vivo minha vida como ela deve ser vivida, independente dos resultados. Faço o que deve ser feito sempre, deixo de fazer as coisas que devem ser deixadas para trás, evito o que deve ser evitado para bens maiores e não gosto de tomar atitudes que prejudiquem outras pessoas além de mim. Isso tudo parece complicado, mas é um verdadeiro manual da descomplicação.

Embora fofoque (porque fofocar faz parte da vida em sociedade), não gosto de fofocas que, no fim do telefone sem fio, se transformam em "Histórias Que Os Outros Fizeram de Mim" e para evitar complicações, costumo ser o fim de uma história, justamente para não ter continuações.

Eu não sou uma pessoa perfeita, sou cheio de defeitos, muitos defeitos, mas tenho duas qualidades que se sobrepõem bastante sobre qualquer defeito que eu possa ter:, meu bom senso e minha integridade comigo e com os outros. A impressão que tenho é que nesses últimos meses eu descobri que apenas eu tenho essa bagagem.

Essa mania das pessoas de justificarem seus erros nos outros é um fato que não consigo entender. Por que é tão difícil para as pessoas admitirem erros, pedirem desculpas? Por que essa mania em achar que nós somos complicados, quando, na realidade, os complicados são os outros?

Pessoas falam mal uma das outras, pessoas criticam umas as outras, e no fim, todos estão na mesma mesa do bar dividindo a mesma bebida.

Isso eu não faço, sinto muito.

terça-feira, janeiro 16, 2007

Que bagunça...

Me diga, quais são seus planos para 2007?

É, pode parecer um pouco tarde para se fazer essa pergunta, já que, por lei, costumamos fazê-la antes do ano começar, e não depois que ele já começou. Tudo bem, eu sei que depende, mas nos meus 25 anos de vida (tirando alguns primeiros os quais é difícil lembrar) sempre ouço essa pergunta antes do ano virar.

No ano passado eu tinha vários planos para esse ano, complexo, não? Já que normalmente também são coisas que não costumamos fazer em um ano corrente, muito menos quando ele está longe de chegar ao fim. Mas eu sou assim, sou uma pessoa que costumo pensar bem a frente de meu tempo, uma pessoa um tanto quanto, digamos, avançadinha.

Para 2007 eu planejava dar continuidade a muita coisa que havia começado em 2006, ou havia dado alguma continuidade em 2006 e que provavelmente continuaria dando a maldita continuidade em 2007. Por forças maiores do destino, muita coisa em 2007 mudou, e para pior. Aliás, o pejorativo faz parte constante do meu vocabulário pela simples razão de eu ser uma pessoa bastante descrente sobre as forças que regem, não digo descrente, mas realista, já que a realidade e a descrença sejam duas coisas que andam bastante coladinhas para o meu gosto. A crença, em meu ponto de vista, é o oposto da realidade e a realidade, uma fiel parceira da descrença, e com a falta de uma e o excesso da outra criamos uma massa incrédula e amarga, profundo isso.

Sempre tem aquele Joãozinho que vai contestar e dizer que o oposto da realidade não é a descrença e, sim, aquilo que não é real. Ok, querido, então siga meu raciocínio passo a passo, começando pelo final de 2006, dezembro, para deixá-lo mais situado da situação: meu aniversário é um fato, mas ele não existe, comemorar aniversários é uma cultura, logo, não deixa de ser uma crença; Papai Noel também é um fato e, embora seja escrito com letras maiúsculas, ele não existe, pois é uma crença; os duendes do Papai Noel que o ajuda a embrulhar e a separar os lindos pesentinhos, não são fatos e, embora por enquanto apenas algumas pessoas afirmem xuxamente terem visto alguns, eu, até o presente momento, afirmo que eles não existem; reveillon, é outro fato cultural, e não existe. Não existe porque não existe, oras! Você não pega meu aniversário nas mãos, você não aperta as crendices bochechas gordas do Papai Noel, você não diz que viu duendes (salvo raras excessões) e você não abraça o reveillon e diz FELIZ ANO NOVO. Como a única regra real é a de que toda regra existe excessão, obviamente que ela não iria falhar neste momento, existindo crenças que são reais, como o Chacrinha, Xuxa, Gretchen e minha amiga Naiana.

Agora que consegui me fazer ser entendido, posso continuar com minhas divagações, pois é absurdamente deselegante deixar as pessoas às moscas ao não concluir uma idéia.

Eu sou uma pessoa que tenho um sério problema com continuidades. Eu perco facilmente a paciência quando me sinto saturado e não me importo em desistir do que faço ou me acontece para começar algo diferente e que valha a pena. Insistir em erros pra mim é uma bobagem, uma tolice que não faz sentido. Talvez essa seja uma das razões de eu adorar escrever coisas pequenas e diferentes para poucas pessoas, pois não tenho paciência em ficar horas escrevendo coisas que, no final das contas, resultem em uma única história.

2006 pra mim foi o ano da minha vida, pois ele foi bastante interrompido, exatamente como eu sou. Analisando isso eu entendo como achei um ano chato, pois desistir das coisas nesse ano estava virando rotina e eu não estava nenhum pouco a fim de desistir de desistir, isso acabaria com minha razão de viver. Por isso resolvi pensar diferente, não vi a desistência como ela é, mas sim como um recomeço, pois nós nada mais fazemos do que recomeçar quando desistimos.

Recomeçando descobri que as coisas podem sempre ser recomeçadas de formas diferentes e isso começou a torturar minha psique, já que o prazer pelo recomeço me deixava afoito pelo fim, para ver o fim eu tinha que terminar e para terminar eu não podia desistir. Foi então que descobri que, entre o recomeço e o fim, eu tenho uma barriga a qual podia usar e foi com ela que empurrei as coisas, já que com as mãos eu não podia pois estavam atadas pela complicação em que me meti.

Nisso deixei a vida correr como deveria, no seu natural curso. Deixei as ondas me levarem. Tropecei, escorreguei, bati o nariz, torci meu pé, adquiri uma tendinite horrível nos meus extensores do hálux do pé, mas em momento algum eu caí ou me deixei ser derrubado. Este sim, é o único fim que não pretendo ter tão cedo em minha vida, a qual é a única coisa de que não desisto, pois se um dia for para eu cair, que já seja para ser enterrado, esta é uma crença real. Até eu tenho minhas excessões e são com elas que decidi viver em 2007.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Até onde vai a cultura do corpo do século XXI?

A cultura do corpo (ou "a cultura do corpo perfeito" para os exigentes) é ironicamente discutida pela mídia, pelo menos, uma vez a cada um dos 12 meses de cada ano desde, principalmente, mil novecentos e perdi as contas. Portanto, espero estar sendo, no mínimo, o primeiro deste mês. Eu acredito bastante na teoria de que as pessoas que costantemente divagam sobre essa crescente diferença social sejam infelizes em algum sentido ou tenham sofrido profundos traumas na infância, e isso faz sentido, pois só sobram a nós, pessoas (bastante) comuns, a pensar nisso. Essa diferença social entre 'pessoas perfeitas' e 'pessoas comuns' é real, e piora com o passar dos dias. Não que eu fuja desse tema, pois eu também busco padrões justamente para algum dia poder encontrar o meu padrão.

A individualidade, resultado das 40 horas de trabalho semanais e o crescente aumento do medo urbano (apenas como citações para um entendimento mais didático), é outra conseqüência da vida moderna que, aliada às culturas de massa, fez explodir no século XXI uma bomba capaz de turbinar peitorais e glúteos pelo mundo a fora.

Na linha histórica, o corpo e sua cultura particular sempre existiu, seja no período clássico, neoclássico, renascentista, barroco, enfim, hoje. A busca pela determinada "'perfeição" daquele seu específico tempo não somente fez parte do passado como vai fazer parte de todo um futuro e isso é bastante profundo. Essa busca por um padrão se agravou com o surgimento de mídias para a massa como a imprensa, o cinema, televisão e internet. Os padrões, como já dito, foram e são modificados todo o tempo e com a mídia de massa a mudança foi cada vez mais brusca, brusca ao ponto de sempre existir um grupo que podia (e pode) ser facilmente excluído pelo simples fato de não conseguir acompanhar a dinâmica dessas mudanças físicas, seja social, psicológica ou até mesmo biologicamente. A mídia é constantemente reciclada para cada vez atingir um público a mais, além de tender a segurar o seu já fiel público. Essa constante reciclagem é responsável por todos os agravantes da cultura do físico na modernidade.

Rio de Janeiro: é muito comum (para não dizer constante) seu amigo ou sua amiga dizer que não existe excessão quando você comenta ter conhecido uma pessoa gostosa e maravilhosa que seja desta cidade, e que se não for maravilhosa, no mínimo é gostosa. Oras, basta andar por suas belas praias por 10 minutos para se concluir isso. É emanamente impossível encontrar uma 'pessoa comum' em um grupo de corpos esculturais. Essas castas são muito semelhantes aos infantes dos colégios, onde as sempre-existentes crianças que não se encaixam em perfil algum acabam se isolando dos demais ou simplesmente criando uma nova casta entre sí. Eu digo isso porque já fiz parte dos 'feios e estranhos demais' e de uma casta a qual pude me enquadrar, e também já vi que o mesmo ocorre entre aqueles que, no fundo, sempre almejamos ser.

São Paulo: no filme Crash - No Limite (2006) um dos personagens deixa claro que, em cidades como essa, o contato entre as pessoas é tão pequeno que elas precisam se chocar umas com as outras para poderem lembrar o que é isso. Ou seja, nesta situação, quanto maior e mais gostoso você for nessa cidade, mais fácil é de você se chocar com alguém em uma balada. Se não nos comunicamos, nos chocamos. Se somos igualmente fortes o bastante, tudo se iguala, continuamos em pé e provavelmente acompanhados, se somos fracos o suficiente, praticamente já somos espirrados para a porta de saída.

A questão da individualidade é um fator importante nesse assunto e merece esse parágrafo apenas para ela. O medo em se relacionar com outras pessoas que se instalou na sociedade atual é tão grande e chegou a um nível tão extremo que as pessoas se esqueceram para que serve o diálogo, e a comunicação apenas vai existir em situações extremas. Ficamos sempre naquele impasse da vida moderna de nunca puxar o assunto com desconhecidos caso o desconhecido não puxe o assunto primeiro, e como stress e mau humor é o que não falta nos dias atuais, temos medo de dar bom dia a alguém e receber um cascudo de presente. Eu digo isso porque odeio dar bons dias, só não dei cascudo para ninguém até hoje porque, sem dúvida, isso é muito deselegante. Uma vez, sonhando, eu disse (sim, eu converso comigo em meus sonhos): se uma conversa não acontecer entre duas pessoas em 10 minutos é porque não existe comunicação! Eu disse isso sonhando pois, em meu subconsciente, carrego a teoria de que 10 minutos é o tempo suficiente para poder se interagir com sucesso ou não com uma pessoa, mas na prática o eu de meu sonho estava enganado em duas coisas: não é necessário 10 minutos para não haver comunicação e não é necessário uma conversa para haver comunicação.

É aí que o corpo entra. Tudo é baseado nos 5 sentidos principais: a visão, a fala, a audição, o tato e o olfato. O corpo é o primeiro contato visual que temos com uma pessoa. Pela expressão corporal muitas vezes conseguimos traçar um pré-conceito da personalidade do indivíduo, além do que, sabemos também que a visão é o primeiro sentido do ser humano a selecionar o seu parceiro e a fala é a primeira das demais 4 etapas para um determinante, seja apenas para uma amizade, um romance, ou para um nada, mas na prática, hoje em dia, é a menos utilizada. A individualidade e o medo do próximo faz pularmos etapas como a comunicação e é aí onde buscamos a perfeição do corpo, não apenas para satisfazer de imediato a visão do próximo que está adequada à cultura massificada que o rodeia, mas também para o confronto entre os corpos, pois se não nos comunicamos, diretamente nos chocamos. Quanto mais chegamos próximo ao padrão, mais fácil fica de uma padrão chegar a nós e quando isso ocorre a comunicação é deficiente porque ela não importa mais, pois primeiro é o visual e excluindo-se a fala encontramos o impacto.

É essa abstração da realidade que gera o senso entre as 'pessoas comuns' de que as 'pessoas perfeitas' se não frescas, são ignorantes, afinal, a linguagem corporal já basta para a maioria delas e se você não fala essa língua, então você não entende o que elas dizem. Óbviamente que para toda regra existe excessão, essa é a única regra que não existe excessão.

Seja um Zeus ou uma Vênus, uma Raimunda ou um Camarão, estão todos no mesmo bonde da glória máxima do corpão. Uma cabeça não importa mais, a não ser que seja colírio para os olhos.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Pessoas perfeitas...

Fato: as pessoas perfeitas só não são perfeitas prq não estão com a gente.