... horrores, atrocidades, memórias, paranóias, fatos, fotos, corpos, fofocas, bizarrices, novelas, contos, crônicas, traumas de infância, insuportabilidade acumulada & retroativa e homicídio psicótico & grupal em potencial cruzado!!!

terça-feira, março 27, 2007

Educação vem do berço e não da fazenda

Às vezes me considero uma pessoa muito grossa, mas muitas outras vezes me considero uma pessoa muito educada, ou melhor dizendo, polited, como se diz em inglês para as pessoas extremamente educadas.

A cidade onde moro é infestada de pessoas que vivem nas cavernas. Nos finais de semana os homens e as mulheres das cavernas resolvem sair para passear na pequena floresta de pedra, vidro e monóxido de carbono. Pegam suas roupas de sair (que provavelmente foram doadas ainda pelos jesuítas), vestem e derrubam as porteiras do mundo real, preferindo os lugares aparentemente mais civilizados e que demoraram algumas centenas de anos para evoluir o mínimo possível, levando um rastro de destruição e carnificina.

As poucas pessoas civilizadas e já acostumadas com a evolução e a modernidade, que sabem que não é necessário gritar em um celular para ser mais ouvido e que lampião de gás é novidade apenas nas cavernas, decidem passar agradáveis horas nos lugares determinados e criados a elas, mas em poucas horas uma multidão de neandertowns invadem o lugar, se comportando como cavalos atrás de potrancas no cio, se coçando como macacos, gritando como gralhas e gargalhando como hienas. Exatamente da mesma forma como tudo é dentro das cavernas no dia-a-dia comum desses homens que a pouco tempo descobriram o fogo, a diferença é que eles se encontram mais arrumadinhos e de banho tomado nos rios abaixo de alguns de seus vizinhos que já descobriam as palafitas.

Nos corredores as pessoas empurram como rinocerontes, nos banheiros os homens urinam como cachorros, mulheres atacam o sexo oposto como onças, e nós, humanos civilizados, andamos em ovos para não sermos atacados a garrafadas na falta de porretes de pedra. Sem contar dos trogloditas que ainda arrastam suas mulheres pelos cabelos e fazem sexo como os leões que vivem nos seus quintais.

A linguagem é um absurdo. A comunicação é complicada e deficiente, é difícil entender o que esses seres não catequisados querem dizer com um dialeto tão próprio e singular. Na faculdade existe até um curso específico para esses animais e é impressionante como esta casta é única e determinante.

Final de semana passado me mostrou que os seres humanos civilizados estão atuando como as mariposas de Darwin. Nos vestir e falar como os homens e as mulheres das cavernas não necessariamente significa SER um homem das cavernas. Dessa forma, nós, humanos civilizados, podemos passear na floresta dos animais inconsequentes sem sermos confundidos como lebres na savana, e o melhor: não somos importunados e nos divertimos civilizadamente de uma forma onde nos lugares mais civilizados isso é praticamente impossível.

Hoje entendo porque os sarais existiam e entendo porque continuam a existir. Só é preciso abrir os olhos, já que pela lei da sobrevivência todos parecem ser os mesmos.

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